Imagine viajar a trabalho e receber uma carta avisando que a sua esposa ficou gravemente doente, após dar a luz ao seu filho. Cavalgar por 4 dias sem parar e, ao chegar em casa, descobrir que ela havia morrido, antes mesmo de você receber a mensagem.
Para Samuel Morse, o marido que acabara de perder a esposa nessas circunstâncias, a experiência trouxe tristeza e desapontamento, mas também uma inspiração: dedicar seu tempo para melhorar a comunicação à distância que, em 1825, se limitava a cartas levadas por mensageiros ou então a sinais de fumaça, tambores ou artefatos luminosos.
Na época, Morse era um artista se dedicava à pintura, mas ao conhecer um trabalho sobre eletromagnetismo, teve o insight de usar impulsos elétricos para transmitir mensagens por longas distâncias. Em 1836, com a popularização do uso da eletricidade, criou o telégrafo elétrico e o sistema de pontos e traços - sinais simples, facilmente distinguíveis e acessíveis para codificar mensagens -, que seria conhecido como código Morse.
Depois de muita persistência para patentear e mostrar o valor do invento, conseguiu o apoio do governo americano para que fosse construída uma linha telegráfica experimental, entre Washington (DC) e Baltimore (Maryland).
Em 1844, pela primeira vez na história, uma mensagem complexa foi comunicada a longa distância, quase instantaneamente. Percorreu 62 quilômetros em apenas alguns segundos. Por sugestão da filha de um amigo de Morse, a histórica frase transmitida era uma citação bíblica e dizia: “Que obra Deus fez!” Iniciava-se assim a era do telégrafo, que levaria à era do telefone, da Internet, do smartphone...
Parabéns a Morse, que se permitiu olhar as coisas de uma outra perspectiva e, com isso, revolucionou a comunicação. Sorte a nossa podermos usar hoje tecnologias como o WhatsApp e o Telegram, inspiradas pela criatividade e dedicação do inventor.
Quer experimentar o código Morse? Acesse e divirta-se: https://morsedecoder.com/pt/
MORSE: ARTE E ELETRICIDADE
Antes de criar o telégrafo e o código Morse, o inventor se formou em Yale, em 1810. Apesar do interesse por estudos relacionados à eletricidade, decidiu seguir carreira como pintor. Foi estudar Artes na Inglaterra, onde trabalhou com vários mestres britânicos.
Combinando grande habilidade técnica com um estilo romântico, passou a criar obras para retratar biografias e momentos épicos. Alguns de seus mais notáveis trabalhos são o retrato do Marquês de Lafayette e a tela The Gallery of the Louvre.
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